Entre os dias 4 e 8 de Abril, a Fecomércio AP, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio do Estado do Amapá (IPDC), realizou uma pesquisa para avaliar os principais impactos do coronavírus na população local. Pouco mais de 1.300 pessoas, acima de 18 anos, participaram do estudo.
Questionados sobre o funcionamento do comércio neste momento de enfrentamento ao coronavírus, a maioria dos participantes entrevistada disse ser a favor da abertura do comércio (72%), desde que ocorra de forma controlada e respeitando as medidas de prevenção. Questionados sobre as prioridades após esse período de isolamento, 71% deseja ir às lojas físicas para consumir alimentos e bebidas (68%); entretenimento e lazer (46%); farmácias e perfumarias (44%); vestuário e calçado (25%).
A respeito do medo ou receio em relação aos impactos do coronavírus,79% dos entrevistados afirmaram estar com medo, muito medo e medo extremo. Os que não estão com nenhum medo equivale 12%, e 9% respondeu que está com pouco medo. Entre os possíveis impactos causados pela doença está a insegurança no trabalho. Dos entrevistados, 72% responderam estar intimidados com possibilidade de perder o emprego, sendo que 48% estão extremamente receosos com essa possibilidade.
Contestados sobre a função que exercem, 22% dos entrevistados respondeu que atua na repartição administrativa, 20% no setor operacional, 15% no serviço comercial, 10% gerencial, 10% dirigente ou proprietário de um negócio, 5% opera na assessoria jurídica, contábil, e afins. Os que trabalham na função de militar somam 2%, 4% trabalham no financeiro, 2% professor, e 10% prestam outro tipo de atividade.
Com relação ao medo de ter o salário reduzido, os que estão com medo ao extremo, somam 84%. A pesquisa aponta ainda que nove em cada dez funcionários de empresas privadas estão com medo, muito medo e medo extremo de ter redução salarial, isso em termos percentuais representa 86%.
A maioria dos entrevistados (58%) acredita que as medidas do governo garantem apenas o salário do servidor público, enquanto que o empregado do setor privado não possui as mesmas garantias. Em relação a possível redução salarial do funcionalismo público, em virtude do aprofundamento da crise, 45% concorda/concorda totalmente com essa medida, e 45% discorda/discorda totalmente. Do ponto de vista do funcionário público, os resultados apontam que 64% é contra e 29% se diz favorável à isso, caso haja necessidade.
A pesquisa também indica que as mediadas de isolamento afetaram a rotina da população, desde mudanças simples como, o horário de refeição, aos momentos de lazer e modos de cumprimentar as pessoas. Dos entrevistados, 74% alega que deixou de ter ou reduziu momentos de lazer/entretenimento fora de casa. Outros 71% mudou formas de cumprimento (abraços, beijos, apertos de mãos). 66% afirma que deixaram de frequentar lojas físicas, sendo que 28% está usando o serviço delivery com mais frequência. 62% declara que melhorou a higienização pessoal. Cerca de 54% parou de ir ou tem visitado com menos frequência os pais e avós, 48% deixou de fazer ou está fazendo menos exercícios físicos. Os que estão trabalhando mais em casa, somam 33%, outros 31% reduziu o abandonou viagens a trabalho, 27% desmarcou viagem de lazer ou férias, 26% comprou ou pretende comprar mais produtos nos supermercados e similares, e apenas 5% não diz que não mudou a rotina.
A páscoa, um dos períodos que aquecem a economia, foi extremamente afetada devido as medidas de isolamento. Neste ano, 27% da população deixará de comemorar a data, 24% deixará de comprar produtos pascoais e 18% comprará menos. Antes das medidas de isolamento, o IPDC apurou que 86% da população pretendia comprar produtos pascoais, isso movimentaria cerca de 20 milhões em todo o estado. Com o atual cenário, estima-se que haverá uma perda de 75% das vendas neste período, o equivalente a 15 milhões.
Perfil dos entrevistados
A pesquisa aponta que 46% dos entrevistados trabalha em empresa privada, 20% atua no setor público, 13% autônomos, 4% desempregado e 4% estudante. Tratando-se de dependentes, 38% alega que tem de 1 a 2 dependentes, 21% de 2 a 3 dependentes, 13% de 3 a 4, e os que tem acima de 5 dependentes somam 6%. Sobre a renda mensal dessas pessoas, 43% recebe até quatro salários mínimos, 23% cinco ou mais, 11% tem a renda inferior a um salário mínimo, 11% recebe um salário mínimo, 6% tem a renda mensal de 3 salários mínimos e outros 6% ganha dois salários mínimos.
Acesse a pesquisa na íntegra fazendo o download do arquivo abaixo